domingo, 2 de agosto de 2009

Danças folcloricas: Bumba - meu-boi

Folclore é o conjunto de mitos, crenças, histórias populares, lendas, tradições e costumes que são transmitidos de geração em geração, que faz parte da cultura popular. A palavra folclore vem do inglês “folk” = povo e “lore” = conhecimento e significa sabedoria popular. O folclore é a expressão cultural mais legítima de um povo, fazendo parte de sua riqueza cultural.
O bumba-meu-boi destaca-se como uma das manifestações mais legítimas do folclore brasileiro. Nele são representados, com danças, cantos e declamações, os acontecimentos ligados à vida, morte e ressurreição de um boi.

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Figura do bumba-meu-boi
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Criação inteiramente nacional, o bumba-meu-boi é considerado o ato popular ou dança dramática de maior significação estética e social do folclore brasileiro. Originou-se no fim do século XVIII, nos engenhos e fazendas de gado do Nordeste, e, desvinculando-se do reisado, revestiu-se de caráter exclusivamente lúdico, com grande ênfase no aspecto visual e na constante renovação do roteiro.

A origem do auto do bumba-meu-boi remonta ao Ciclo do Gado, no século XVIII, resultante das relações desiguais que existem entre os escravos e os senhores nas Casas Grandes e Senzalas, refletindo as condições sociais vividas pelos negros e índios. Contado e recontado através dos tempos, na tradição oral nordestina, e depois espalhada pelo Brasil, a lenda pode assumir o formato de sátira, comédia, tragédia e drama, conforme a região e contexto em que se insere, mas sempre levando em consideração a história de um homem e um boi, ou seja, o contraste entre, por um lado, a fragilidade do homem e a força bruta do boi e, por outro lado, a inteligência do homem e a estupidez do animal.

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Dramatização do bumba-meu-boi
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É representado ao ar livre e costuma estender-se por várias horas, sendo que o público, numa roda em torno dos intérpretes, participa cantando e fazendo apartes, nas quais os intérpretes respondem com improvisos. O bumba-meu-boi começa com uma louvação ou cantoria de abertura, seguida da apresentação dos personagense da entrada do boi, que é representado por um homem no interior de uma armação de madeira ou metal, recoberta de panos coloridos. O acompanhamento é feito com sanfona, flautim, violão, zabumba, ganzá e pandeiro.

A festa é uma espécie de ópera popular, cujo conteúdo varia entre os inúmeros grupos de bumba-meu-boi existentes mas, basicamente, desenvolve-se em torno da lenda do fazendeiro que tinha um boi muito bonito e querido por todos e que, além disso, sabia dançar. Na fazenda trabalhavam Pai Chico - também chamado negro Chico -, casado com Catirina, os vaqueiros e os índios. Catirina fica grávida e sente desejo de comer a língua do boi. Pai Chico fica desesperado e com medo de Catirina perder o filho que espera, resolve roubar o boi de seu patrão para atender o desejo da mulher.

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Atividade interativa
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O fazendeiro percebe o sumiço do boi e de Pai Chico. Assim sendo, manda os vaqueiros procurá-los, mas eles nada encontram. Então o fazendeiro pede para os índios que ajudem na procura. Os índios encontram Pai Chico e o boi quase morto, levando-os à presença do fazendeiro que interroga Pai Chico e descobre porque ele havia levado o boi e diz que somente perdoará Pai Chico se o boi reviver. Os pajés (ou doutores) são chamados para curá-lo e, após várias tentativas, conseguem curar o boi que se levanta e começa a dançar alegremente.

É importante observar que as regras básicas do bumba-meu-boi continuam sendo obedecidas, mas cada novo grupo marca sua presença por inclusões ou exclusões estéticas, por inovações de guarda-roupa, por intensificação ou moderação dos sons, por criação de outros personagens ou inclusão de novos instrumentos ou ainda por modificações de linguagem. É a marca que define um grupo de outro grupo, dentro de um contexto maior que os identifica pelo gênero.


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