ara iniciarmos nossa conversa sobre as Práticas Corporais Alternativas, é necessário assumirmos que nós não temos um corpo simplesmente, nós somos um corpo, que sente, se movimenta, percebe, pensa, interage e que estas percepções são influenciadas por nosso estilo de vida e por nossa cultura.
As Práticas Corporais Alternativas correspondem àquelas atividades corporais que não são tradicionais na nossa cultura, elas incluem as concepções orientais e ocidentais de práticas corporais e de saúde, representadas por atividades como relaxamento, auto-conhecimento, massagem, técnicas respiratórias, etc.
Vocês já pararam para pensar em como nós fazemos um uso limitado de nossos sentidos? Transitamos pela nossa vida diária sem prestar atenção nas sutilezas dos nossos sentidos: audição, tato, olfato, paladar, visão e intuição. A poluição sonora, visual e olfativa nos instiga a não atentar aos detalhes de paisagens, odores e sons (até mesmo do nosso próprio corpo). Os alimentos excessivamente industrializados/ modificados e as refeições rápidas deixam o paladar menos sensível. Prova disso é que quando experimentarmos alimentos sem que antes tenhamos olhado-os, percebermos que seu gosto parece ser diferente.
O auto-conhecimento consiste em aguçar o sentido por meio de práticas que estimulam os órgãos do sentido, bem como a prática de exercícios respiratórios ou de relaxamento.
O relaxamento, na verdade não é somente um descanso quando vamos dormir ou um cochilo qualquer, mas sim a vigilância interior e máxima concentração, sendo que no relaxamento completo, distanciamos-nos das coisas, sejam elas importantes ou não, distanciamos-nos do cotidiano e, neste instante, vemos como todos os nossos problemas se tornam menores ou insignificantes.
Na nossa sociedade o toque é algo que sustenta muitos significados, podendo passar por caminhos negativos ou positivos. Dependendo das experiências que o indivíduo teve durante sua vida, o toque pode trazer à memória lembrança positivas, como: ter recebido carinho dos pais, ter recebido atenção ao ter se machucado ou mesmo ter recebido um cafuné num momento de tristeza. Em um outro extremo, se a criança sofreu muitas agressões físicas ou verbais ou se conviveu/convive em um ambiente de muito desrespeito e violência entre as pessoas, o contato corporal poderá ser sempre relacionado a fatos desagradáveis.
A automassagem tem a pretensão de aguçar, nos seus praticantes, os reflexos naturais do seu corpo e relaxar as áreas tensionadas, ou seja, fazer com que o indivíduo conheça melhor o seu próprio corpo. Ela pode ser considerada uma forma de auto-cura e uma oportunidade de se atingir o bem-estar.
Qualquer massagem, atuando como purificador mecânico, alimenta a irrigação dos tecidos se eles não estão sendo atingidos adequadamente pelas redes linfática e sanguínea, e remove as causas da fadiga e de eventuais inflamações. Exatamente por isso a massagem indiretamente aumenta o tônus muscular (estado normal de tensão do músculo), na medida em que estimula sua capacidade de se contrair adequadamente. Além de propiciar uma profunda sensação de relaxamento, ela melhora também a circulação, estabiliza o equilíbrio líquido dos tecidos e alivia a tensão excessiva.
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